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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Reflexões de um novo ciclo



Olho a minha vida hoje como quem contempla uma tempestade. Lampejos e raios, chuva densa, cheiro de infância. Lá, no olhar ingênuo, me imaginava exatamente aonde estou. Sem tirar nem pôr. Olhava como olho agora: admirada e feliz. Lembro do meu pai me chamando pra ir até a janela e ver a chuva chegando por uma montanha a nossa frente. Havia – e há – poesia nisso. Ela vinha, varrendo pelo céu com suas gotas e raios. Ao chegar pela janela, a música natural de um ritmo desconhecido dava o tom. A majestade chuva passaria. Como tudo passa, os anos varreram pelo tempo o que fui sem apagar o que sou. E, agora, contemplo a tempestade com um olhar sereno e desperto na transitoriedade da minha própria existência.
Tempestade, Vida, Impermanência.

(Celóka, 2016)

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